Avaliação de Bolsonaro escorre ralo abaixo

Por sindoif

Em menos de 3 meses de governo, Jair Bolsonaro viu o nível de confiança em seu governo reduzir significativamente, segundo série de pesquisas do Ibope. O governo perdeu 15 pontos percentuais na avaliação ótimo/bom nesse período.

Jair Bolsonaro perdeu três de cada dez apoiadores do seu governo em apenas dois meses. A proporção de quem considera sua administração boa ou ótima caiu de 49% em janeiro para 39% em fevereiro, e chegou a 34% em março, segundo o Ibope. O presidente perdeu 15 pontos percentuais em sessenta dias.

Em menos de três meses no cargo, Bolsonaro polarizou a confiança dos brasileiros. Se 62% diziam confiar no presidente em janeiro, só 49% ainda confiam nele agora. Perda de 13 pontos. Ao mesmo tempo, a desconfiança saltou de 30% para 44%. Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos, a confiança em Bolsonaro está a 1 ponto percentual de um empate técnico com a desconfiança (no limite, as taxas são de 47% e 46%, respectivamente).

Tudo isso, somado ao cenário de estagnação da economia, aponta para dificuldades adicionais quando o governo começar a se movimentar para aprovar a reforma da Previdência, que vai desagradar várias camadas da população.

Quem mais desconfia do presidente são os nordestinos e os moradores das grandes cidades. Entre esses, a desconfiança é majoritária: 53% não confiam nele. É uma má notícia para Bolsonaro, porque os movimentos de opinião pública costumam migrar das capitais para o interior, e não o contrário. Quem sustenta a confiança no presidente são, principalmente, os evangélicos, os mais ricos, os homens e os moradores do Sul.

Movimentos semelhantes aconteceram na avaliação do governo. As taxas de ótimo e bom são maiores entre os mais ricos (renda acima de 5 salários mínimos), entre quem se declara branco, entre evangélicos, e entre moradores do Sul e do Centro-Oeste.

Já as avaliações negativas (acham o governo ruim ou péssimo) são mais frequentes nas cidades com mais de 500 mil habitantes (32%) e nos municípios que ficam nas periferias das regiões metropolitanas (29%).

Todo mês, o Ibope faz uma pesquisa nacional com 2 002 entrevistas face a face na qual diferentes clientes pagam para incluir perguntas de seu interesse. Por essa razão, a pesquisa é chamada “Bus”, ou ônibus. Às vezes o instituto pega “carona” nessa pesquisa mensal e inclui no questionário perguntas sobre avaliação dos governantes. Foi o que fez em janeiro, fevereiro e, agora, em março. A pesquisa mais recente foi realizada entre 16 e 19 de março, em todas as regiões do Brasil, com a população de 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

Fonte: Piauí.

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